Angostura: a beleza sob as cinzas…
Quando eu cheguei em Villa la Angostura no último domingo, dia 31 de julho, minha garganta ficou seca. Eu lacrimejei, chorei e quis voltar na hora para Bariloche. Afinal, essa era minha 5ª viagem a Villa, lugar que amo, que ocupa um lugar mais do que especial em meu coração. Mas dessa vez, tudo estava diferente.
Como foi a erupção do vulcão Puyehue
A destruição causada pelo vulcão
E o que eu vi naquele 31 de julho era uma consequência disso aí. Em Bariloche, eu tinha me deparado com alguns montinhos de cinzas em algumas ruas, a cidade estava um pouco mais suja, mas era só.
Em Villa, montanhas e montanhas de cinzas espalhadas. Alguns restaurantes e cabanas, feitos com tanto capricho, estavam com cinzas cobrindo o teto, isso porque vários moradores e empresários abandonaram tudo e desistiram de uma limpeza que não tem fim.
Quando eu cheguei na Cabanas la Estancia, onde já tinha ficado hospedada há 2 anos, chorei. O belíssimo jardim em frente as cabanas tinha virado um mar de lama… Olha aí embaixo as fotos, uma de dois anos atrás e outras de agora, para comparar…
Mas todo dia, dois trabalhadores armados com pás tiravam a cinza do chão e o jardim lindo ainda verde surgia. Nos 4 dias em que ficamos lá, vimos muita mudança. Os donos estão confiantes na volta do jardim antigo. Eu também. Verde é a cor da esperança.
Eu queria de todo jeito ir embora. Mas o Bruno me convenceu a irmos ao centro da cidade. Lá, a situação estava um pouco melhor, a avenida principal está suja (tudo está sujo lá), mas percebe-se que as pessoas estão se esforçando muito para manter limpo. Alguns tetos já não têm cinzas. As lojas funcionam, algumas com até 40% de desconto (promo del vulcán).
Além do mais, nossos amigos natalenses chegaram e disseram que o Cerro Bayo estava ESPETACULAR para esquiar. Tudo funcionando, mas vazio, o que era bom para nós, um bando de iniciantes, sem precisar atropelar ninguém nem ser atropelados nas pistas. E as crianças? Bom, para elas, tudo é festa!
E além do mais, iríamos passar grande parte do tempo DENTRO das cabanas, cozinhando e tomando vinho, enquanto as 6 crianças corriam como loucas pela casa. Isso era um convite bom.
Villa la Angostura: um povo valente
Com o passar dos dias, comecei a lembrar da beleza que me encantou na cidade. As pessoas são a maior bênção de Villa, e os bravos que continuam lá me mostraram isso. Conversando com eles, vi que eu também, por todo amor que tenho por Villa, não poderia abandoná-los. E fomos ficando.
O Cerro Bayo estava realmente espetacular, no primeiro dia em que subimos, só fiquei observando os meninos no esquibunda, e fazia muito frio, me impedindo de ficar lá fora. No dia em que decidi esquiar o céu nos brindou com um dia ESPLENDOROSO: sem frio lá em cima, mas com uma neve deliciosa. PERFEITO.
Devo meus dias tranquilos lá a todos que me acompanharam, minha família: Bruno, Léo e Arthur, meus sogros Carminha e Lourenço, que sempre me surpreendem com sua capacidade de serem tão bons e não reclamarem nunca de nada, mesmo quando a situação é difícil.
Carla, Ugo, Luca e Enzo; Alê, Simarone, Pepo e Sofia, vocês também foram essenciais para que nossa viagem, apesar das cinzas, fosse tudo de bom!
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Olá
Alguém sabe me dizer se vale a pena fazer a travessia de Pueto Varas à Bariloche? A paisagem foi prejudicada pelas cinzas do vulcão? Estou com viagem marcada para 10 de setembro e super preocupada.
Obrigada
Selene