Como é visitar o vulcão Quilotoa no Equador?

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O Quilotoa é uma das paisagens mais icônicas do Equador — uma cratera vulcânica gigante, hoje preenchida por um lago verde-turquesa que parece obra de Photoshop. É considerado um dos lugares imperdíveis do turismo equatoriano. Muita gente faz bate-e-volta saindo de Quito, mas sinceramente? Vale muito mais do que isso. A região merece pelo menos uma noite, seja na própria vila do Quilotoa ou na cidadezinha de Zumbahua onde fiquei, porque o visual pode mudar de um dia pro outro, e o ideal é descer até a cratera de manhã cedo, e num bate-e-volta é praticamente impossível. 

Onde fica o Quilotoa?

O Quilotoa fica a cerca de 180 km de Quito (aproximadamente 3h de carro, dependendo do trânsito). A gente saiu cedo de Quito em carro alugado, logo depois de dirigir pela famosa Avenida dos Vulcões — onde teoricamente você vê vários vulcões alinhados… mas nós não vimos nenhum, porque estava tudo completamente nublado. Ficamos alguns kms nessa avenida e entramos numa estrada cheia de subidas.

E aí veio a coisa mais curiosa da viagem: a quantidade absurda de cachorros no acostamento. Eu até tentei contar, mas perdi quando passou dos 20. Existe uma lenda de que foram abandonados, mas o pessoal local diz que eles ficam ali porque são espertos mesmo: muita gente passa e joga comida do carro. Então eles esperam pacientemente a comida… E de noite voltam pras suas casas. 

A paisagem é belíssima, tem até uma montanha muito parecida com Machu Picchu. Morros muito inclinados, praticamente todos eles com plantações, fico imaginando como é a vida do agricultor ali.

Machu Picchu no Equador? Estrada para o Quilotoa Estrada para o Quilotoa

Hospedagem em Zumbahua

A gente não ficou na vila do Quilotoa, mas em Zumbahua, que fica a uns 12 km. Lá nos hospedamos no Hotel Imperial Zumbahua, um hotel familiar e super simples. Vale dizer que a região é muito rural, tudo muito simples. Como todo lugar no Equador, tinha jacuzzi (é cultural, eles amam), mas claro que não chegamos nem perto: fazia um frio danado nos 3.600 m de altitude.

Primeiro dia no Quilotoa

Chegando à vila do Quilotoa, pagamos a taxa de entrada de 2 dólares por pessoa para entrar na vila e na trilha. Estacionamos. O lugar parecia uma cidade fantasma: só eu, o Bruno, os cachorros e os locais. Nesse dia, não vimos turistas por lá. 

Vila do Quilotoa Vila do Quilotoa

Subimos uma ladeira e chegamos ao mirante. Aí sim: a cratera gigantesca nos recebeu. Que visão!

O Quilotoa é um vulcão cuja cratera colapsada formou um lago de cor surreal. Nesse primeiro dia, as nuvens estavam descendo e subindo o tempo todo, atrapalhando um pouco a visibilidade. E a fome bateu!

A vila é bem simples, mas cheia de pequenas pousadas e restaurantes. A gente almoçou num restaurante que ficava bem de frente para a cratera: vista maravilhosa, atendimento bem amador (faz parte da experiência, digamos assim).

Restaurante em frente ao Quilotoa

Voltamos para Zumbahua. Encomendamos uma janta ali mesmo no hotel. Tinha praticamente zero opções de restaurantes no vilarejo.

No jantar,  ficamos conversando com o gerente, que contou um monte sobre a realidade do país. 

O quarto tinha calefação elétrica mas não dava conta, então pedi mais cobertores. 

Segundo dia: céu limpo e descida para a laguna

No dia seguinte, tomamos café da manhã e voltamos cedinho ao Quilotoa. Não fomos cobrados na entrada, não sei por que. Nesse dia, nenhuma nuvem no céu. MARAVILHOSO!

A trilha desce da borda da cratera (aprox. 3.900 m de altitude) até o nível da laguna (cerca de 3.500 m).

São 1,7 km de descida, que fizemos em pouco mais de 40 minutos.

A trilha é bem íngreme e escorregadia porque tem muito pó vulcânico, mas a vista compensa cada passo: a laguna turquesa te acompanha o tempo todo. Tem alguns pontos estratégicos para fotos lindíssimas.

Laguna do Quilotoa Laguna do Quilotoa Laguna do Quilotoa

Quando cheguei lá embaixo, coloquei só a mão na água para testar — não era gelada como eu imaginava! Quem quiser pode alugar caiaque.

Laguna do Quilotoa Laguna do Quilotoa

Mas… tínhamos que subir de volta

Como a gente precisava voltar logo para fazer o check-out na pousada, começamos logo a subida.

E, gente… que subida! Muito cansativa, muito inclinada, altitude batendo forte.

Eu, de blusa térmica, morri de calor e fiquei com vontade de arrancar tudo no meio do caminho. Mas fui subindo no meu ritmo.

Já o Bruno pediu arrego: ali mesmo existem moradores com cavalos justamente para levar quem não consegue completar a subida. Ele acabou indo de cavalo — são 10 dólares.

Depois disse que ficou com pena do bichinho. Eu respondi que era isso ou um resgate de helicóptero kkkkkk.

No final?

Então, o Quilotoa merece esse sofrimento. Eu não pensei na possibilidade de não descer até a laguna. Faz parte da experiência. Pra quem ficar animado, tem mais duas trilhas que dão a volta na cratera, de até 12km. É uma experiência inesquecível. Mas se você chegou até aqui, já foi avisado do perrengue pra subir. 

Lá em cima, encontramos uns brasileiros muito gente boa que estavam fazendo a América do Sul de motorhome e um casal que estava pedalando a América do Sul até a Copa do Mundo na América do Norte, o Pedalando rumo ao Hexa.

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