Como era mochilar na Europa em 1995?
Esqueça a internet. Reviews em blogs ou sites de hospedagem? Nem pensar? O nome da hospedagem nem era hostel: tínhamos os albergues da juventude. Ou hostelling International, que existe até hoje. Não ouço muito falar sobre eles hoje em dia (me corrijam se eu estiver errada, deixei de ser mochileira há uns 15 anos kkkk). Mas na época, era a única opção para quem não tinha grana e queria ganhar o mundo.
A minha experiência mochilando
Minha irmã e meu sobrinho moravam na França, em Grenoble. Eu tinha 22 anos e tirei licença no meu trabalho para aproveitar a vida. Fui com minha amiga de vida toda, a Ju. Fomos estudar francês na Universidade de Grenoble durante um mês, e viajávamos nos fins de semana. Dessa forma, conhecemos a Cote d’Azur e Mônaco, Genebra e Paris.
Ao final daquele mês, partimos num mochilão que durou mais um mês. Para mim, que nunca tinha saído do Brasil, tudo era lindo e novo. E era mesmo!!!
Eu e Ju tínhamos o Eurailpass. Tínhamos desconto para os menores de 25 anos (que saudade…). Nossa meta era gastar U$ 50 por dia, incluída a hospedagem e a comida. O dólar na época era um pra um com o real, ou seja, meta de gastar 50 reais por dia (já pensou nisso?).
A turnê europeia
Para encontrar albergues, o que tínhamos era um livro imenso e pesado da Associação de Albergues da Juventude, com nome, endereço e telefone de cada um. Nenhum comentário ou informação pessoal. No máximo, dizia se o albergue tinha quartos e banheiros coletivos ou individuais. O que a gente fazia quando chegava numa cidade era ligar da estação de trem para algum albergue aleatório e perguntar se tinha vaga.
Não havia internet disponível para todos e muito menos google maps. A gente tinha que se virar com mapas mesmo. E a compra e revelação de filmes para máquina fotográfica nos deixava muito econômicos com fotos: não tirei nenhuma foto desses albergues para ficar na história. Uma pena. Mas era assim que vivíamos.
Nessa viagem fomos a várias cidades: Roma, Pompeia, Veneza, Viena, Budapeste, Munique (na oktoberfest), Praga e terminamos a “eurotrip” passando uma semana em Londres, onde a Ju ficou para estudar inglês. Depois disso, fui sozinha para a cidade medieval francesa de Carcassone e pra Barcelona. Foram 8 países em que tínhamos que fazer câmbio a cada troca de país, pense numa confusão. O Euro veio facilitar e muito a vida dos viajantes…
Amizade nos albergues
Alguns albergues eram muito bons, outros eram tão ruins que tivemos que buscar outras opções, como alugar quartos de particulares. Foi assim em Viena, quando ficamos uma noite num albergue ruim, conhecemos um grupo de espanhóis e espanholas também insatisfeitos, descobrimos uma mulher alugando a sala da casa e ficamos por lá. Tudo assim: sem medo e sem paranoia. Viramos melhores amigos em poucas horas. Na foto abaixo estamos com essa turma em Viena e cozinhando na casa alugada. Mas nunca mais nos vimos ou nos falamos kkkk.
Aliás, não ficávamos um segundo sozinhas nos albergues. Imagino que nos hostels hoje em dia deve ser assim também. Em cada cidade, formávamos um grupo animado, geralmente de brasileiros e latinos, e íamos desbravar o mundo. Todos na pindaíba e felizes como nós.
Sem internet, sem selfies, sem lives, sem reviews. Era desse modelo. E era muito bom. Melhor ou pior do que hoje? Apenas (muito) diferente. O espírito de aventura e espírito aberto do mochileiro não mudou…
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Nossa, que máximo esse post! rs Foi quase uma viagem no tempo, que demais! hahaha Mas confesso que fiquei meio desesperada só de pensar em reservar um hostel por telefone, sem ler reviews antes. Acho que não consigo me imaginar planejando uma viagem sem internet, rs. Mas deve ter sido uma experiência incrível, né? Adorei!
Realmente, Débora, foi muito legal. Era tudo muito difícil, mas não havia nada diferente, então era assim que fazíamos tudo: na emoção kkkk