Quero olhos que me permitam olhar a belezura do mundo

mulher observa um lago espelhado
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Um dos meus escritores/pensadores/filósofos favoritos é Rubem Alves. Hoje de manhã eu estava lendo um livro dele e fiquei de queixo caído com o texto: A Arte de Viajar.

De cara ele citou o encanto de Bariloche (!!!), minha amada Bariloche, com seus lagos, árvores e montanhas. E se disse intolerante com um casal que dizia que preferia um lugar para jogar videogame àquela natureza exuberante.

Isso me lembrou a minha primeira viagem a Noronha, no dia em que estive na Baía dos Golfinhos, foram observados mais de mil golfinhos. Cheguei na pousada eufórica contando a quantidade de golfinhos que tínhamos visto. Aí uma mulher que estava lá me disse que achava melhor o show de golfinhos que tinha visto em Miami. So Sorry… Tive pena profunda daquela mulher. Realmente, ela estava no lugar errado.

 

Analfabetos no olhar

Voltando ao texto do Rubem Alves, ele ainda cita Alberto Caeiro (o codinome de meu também amado Fernando Pessoa). Rubem Alves traduz o que penso:

“Eles prepararam a primeira parte da viagem direitinho: consultaram folhetos de turismo, trocaram os dólares, puseram as roupas nas malas, as passagens no bolso, câmera fotográfica à tiracolo. Mas os olhos que eles usavam, embora fossem perfeitos (nenhum deles usava óculos), não sabiam brincar com a natureza. Não haviam sido educados para isso. Tinham olhos de visão perfeita e eram cegos. Analfabetos no olhar.”

Citando Alberto Caeiro, Rubem Alves termina por traduzir meu sentimento ao encontrar um lugar abençoado…

“Não basta abrir a janela/ para ver os campos e o rio. / Não é bastante não ser cego / Para ver as árvores e as flores…”

Rubem Alves questiona (e eu também), por que algumas pessoas querem preparar uma viagem perfeita, se ao chegar ao destino somente conseguem ver o banal?

E termina falando:

“Não tenho tolerância alguma para com uma pessoa que prefere videogames aos rios, montanhas e florestas. Questão visceral. Considero-a minha inimiga. Não quero conversar com ela. Quem tolera tudo é porque não se importa com nada”.

Eu não poderia concordar mais absolutamente com um texto. Ainda bem que Rubem Alves conseguiu traduzir o meu encantamento pela belezura do mundo…

Me sinto abençoada por sempre abrir um sorriso e minha alma quando chego num lugar que faz tremerem todas as minhas células. Esse é o sentido do meu viajar!

Vendo a Belezura do mundo


 

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Um comentário

  1. Juliana Rios (Juny)

    Adorei a reflexão, Dri!
    E os lagos e as cores de Bariloche são realmente inesquecíveis, até hoje não vi nada que superasse em beleza <3

  2. ANDREA

    De acordo com tudo o que comentou. Aproveitemos mais a vida….aproveitemos mais essa oportunidade única que é viajar.

  3. Gabriela Torrezani

    Adorei a reflexão… Eu também sou apaixonada pelo Caeiro, pra mim é o melhor pseudonimo do Pessoa… Vamos abrir os olhos para o mundo!

  4. NiKi Verdot

    Adriana, concordo com você e com todas as citações. Aliás, não conhecia este livro e acabei de anotar para ler também. Obrigada pela dica. Quase tive um treco com o comentário da menina em Fernando de Noronha… Surreal!!! O pior é que o mundo está cheio de viajantes assim. Em Bonito passei por uma situação semelhante.. Estava encantada observando as diferentes espécies de aves, fazendo belíssimos registros, até que chegou um grupo de São Paulo falando alto, rindo, fazendo uma verdadeira bagunça na trilha. A partir de então não restou mais nenhum animal. =(

    1. Adriana Magalhães

      Pois é… O pessoal faz passeio na natureza mas espanta a natureza com tanto barulho. E nem devem olhar pra nada. Que preguiça eu tenho desse povo!

  5. Aquele Blog de Viagens

    Que post excelente, Adriana! Hoje em dia tanta gente viaja somente para poder dizer que foi ou mostrar no FB e IG sem realmente aproveitar tudo que uma viagem pode proporcionar. Esquecem de viver por si para viver pelos outros.

    1. Adriana Magalhães

      Pois é… Eu fico realmente com pena das pessoas que só querem mostrar fotos e não respirar a viagem como deve ser

  6. Keul Fortes

    Por um mundo onde as pessoas realmente saibam olhar de verdade. Contemplar toda essa natureza! Poucos sabem valorizar, muitos sabem “fotografar” sem limite sem ao menos perceber o que esta na sua frente. Adorei o texto! Inspiração para começar a semana.

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