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O que achei do Vila Galé Alagoas

fev 05, 2025 Adriana Magalhães
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Final de ano, família toda reunida, espírito natalino ativado… e a gente resolve se hospedar no Vila Galé Alagoas, esse resort all-inclusive, a 40 km do aeroporto de Maceió (que cumprimos em uma hora com o transfer que contratamos). O resort promete muito, cobra mais ainda, mas entrega… nem tanto. Fomos em 13 pessoas, entre marido, filhos, irmãs, sobrinhos, pai e cunhado, e passamos lá de 25 a 30 de dezembro de 2024

Atendimento: falta gente e simpatia

Logo de cara, deu para perceber que o hotel economiza em funcionários. Na recepção, as moças pareciam que estavam ali por obrigação. Eu sei que trabalhar com o público não é fácil, mas um mínimo de simpatia ajudaria muito. Destaque positivo? O rapaz do carrinho de golfe, sempre sorridente e prestativo. Quase pedi para ele administrar o hotel, porque apesar de idoso, meu pai só conseguiu usar o carrinho uma vez: era muita gente pra pouco carrinho. 

No café da manhã, uma mesma pessoa faz cuscuz, panqueca e waffle, o que provoca enormes filas. Em outro ponto, uma única pessoa fazendo tapioca para aquela multidão, resultado: mais filas. Em outras estações, a mesma coisa. 

O hotel a cada noite recebia mais de 200 portugueses que vinham de voo charter, o hotel ficava a cada dia mais lotado, e parece que a quantidade de funcionários era sempre a mesma. 

Restaurante do Vila Galé Alagoas
Restaurante do Vila Galé Alagoas

A guerra na praia: sombra é para poucos

Se você acha que vai acordar tranquilo, tomar seu café e depois escolher um lugar confortável na praia, doce ilusão. A estrutura da praia é bem precária para o tamanho do resort: poucas barracas, espreguiçadeiras gigantes ocupando espaço demais e zero cadeiras de praia. Ficava muito mais fácil colocar mais uma fila de barracas, ou, pelo menos, trocar umas 20 espreguiçadeiras por 80 cadeiras. Olha o tanto de gente que ia caber!

A briga pela sombra no Vila Galé, ainda disputada com o cachorro caramelo
A briga pela sombra no Vila Galé, ainda disputada com o cachorro caramelo

Resultado? Uma batalha matinal por um lugar na sombra. Todo dia alguém do grupo ia lá de manhãzinha e colocava um boné, toalha, etc pra marcar território. Isso quando ainda conseguíamos achar espreguiçadeiras vazias às 7h30 da manhã! E, para completar, só tinha uma geladeira com água na praia. E a água quase nunca estava gelada. Quer uma cerveja? Um vinhozinho? Um drink? Tinha que andar até a piscina pra buscar. Para comer um petisco, a mesma coisa. 

A praia em frente ao hotel é realmente maravilhosa, mar quentinho de Alagoas, aquele estado é perfeito! 

Praia do Vila Galé Alagoas
Praia do Vila Galé Alagoas
Praia do Vila Galé Alagoas
Praia do Vila Galé Alagoas

O quarto: pelo menos isso

Ficamos no último bloco de apartamentos, no segundo andar. Para mim, andar 200 metros até a piscina e o restaurante era até um benefício – depois de tanto comer e beber, qualquer exercício era bem-vindo. O quarto era muito confortável e ainda tinha varanda. 

Achei legal que o Vila Galé Alagoas homenageia personalidades da literatura. Tinha estátuas do meu amado Fernando Pessoa e do Jorge Amado na recepção, e cada quarto tinha um homenageado, o nosso era Conceição Evaristo. 

Ponto curioso: no banheiro, um único líquido fazia as vezes de shampoo e sabonete. Eca! Versatilidade ou economia?

Sobre os chalés: não fiquei, mas não recomendo. Ficam no meio dos prédios, totalmente expostos. O andar térreo dos apartamentos também não tinha varanda e parecia mais um aquário humano.

Comida e bebida: nada demais

O Vila Galé é um grupo português, mas curiosamente os vinhos servidos eram chilenos. Não me pergunte por quê.

Logo que chegamos, corremos para reservar os restaurantes à la carte. O mais badalado, o Inevitável, já estava lotado (claro), então conseguimos vaga no Sertão e no Massa Fina. Um bom jantar, nada de muito especial, apenas diferentes do buffet.

A família toda no Vila Galé Alagoas
A família toda no Vila Galé Alagoas

Lazer e entretenimento: tinha, mas…

À noite, rolavam shows em frente ao restaurante. Até legais, mas nada inesquecível. Há também uma boate super escondida, que só descobrimos porque os adolescentes do grupo foram explorar uma noite – e estava vazia.

Outro detalhe: cada hóspede tem direito a uma hora de piscina no spa. Economizem seu tempo: não vale a pena ficar apenas nadando na piscina coberta, a menos que esteja chovendo lá fora.

O resort tem uma academia que achei bem pequena pro tamanho do hotel. Eu soube que de manhã ficava lotada. Usei uns 2 dias à tarde e foi OK.

Um dia eu corri até a cidadezinha de Barra de Santo Antônio, que fica a exatos 3 kms do resort. Pela estrada de asfalto mesmo, que tem uma ciclovia e foi onde corremos. Voltamos pela praia, que estava com maré baixa e bem reta. 

Quando a praia estava muito cheia, descobrimos que o espaço entre o gramado e a praia, um lugar com areia coberto pela sombra dos coqueiros e barraquinhas, era o mais relaxante e não exigia disputa pra sentar. Ponto positivo. 

A piscina é enooooooorme, muito boa, mas uma coisa ruim: não tem UMA ÚNICA ÁRVORE pra fazer sombra. E no fim da tarde, a situação do espaço no bar molhado ficava… digamos… interessante.
Achei que o DJ poderia focar numa playlist mais neutra, tinha funk e sertanejo, o que não me agradou. 

Vale a pena?

Pagamos R$ 17.404 por cinco diárias para quatro pessoas (dois quartos). Pelo preço, esperava mais conforto, mais atendimento e menos economia descarada. O hotel cobra como resort premium, mas entrega experiência mediana.

Se você gosta de fazer fila, disputar espaço na sombra e lidar com atendimento duvidoso, vá em frente. Eu? Tô fora!

 

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