Curtindo vinícolas da África do Sul com crianças
O post de hoje é literalmente uma delícia. Quem escreve é minha amiga, a jornalista Geórgia Moraes, que esteve na África em julho de 2017 com o marido e o filho de 6 anos. Nesse guest post ela conta a experiência que passou ao se hospedar numa vinícola próxima à Cidade do Cabo. Vamos às dicas da Geórgia?
A África do Sul foi o destino escolhido pela nossa família (eu, meu marido e filho) para as férias de julho deste ano. O câmbio favorável (1 Real = 4 Rands) e as promoções de lançamento do voo da TAM (São Paulo – Johannesburgo) foram o pontapé inicial para montarmos o roteiro.
Mas foi a paixão do meu filho Heitor, de 6 anos, por bichos o que mais nos motivou. Fazer um safári na companhia dele seria a realização de um sonho. Nossa família adora viajar e sempre buscamos roteiros que agradem a todos. A África do Sul pareceu (e foi!) perfeita, pois reunia lindas paisagens, história, cultura, aventura, vinhos e gastronomia. Fizemos um roteiro bem simples de duas semanas: a primeira, em Johanesburgo e arredores + 4 dias de safari no Kruger Park; a segunda, em Capetown e arredores + 3 dias na região dos vinhos.
Vinícolas sul africanas com crianças
É sobre esses três últimos dias que vou concentrar meu post, a pedido da Dri (autora deste blog). Sempre gosto de incluir vinícolas em meus roteiros de viagem porque são lugares lindíssimos, com bons restaurantes e hotéis charmosos. Já fiz esse tipo de passeio na França, Espanha, Portugal, Itália, Chile, Argentina e Califórnia (EUA) e foi muito legal. Na África do Sul, não foi diferente.
Mas esse tipo de roteiro sempre me dá um certo trabalhinho, primeiro, porque sempre viajamos com nosso filho e muitos locais não aceitam crianças e, segundo, porque meu marido não bebe vinho… rs. Você deve estar se perguntando, então, porque eu sempre vou para regiões vinícolas. Bom, volto a dizer, são lugares belíssimos e eu sempre dou um jeito de encontrar atrações para todos da família. No caso da África do Sul, preciso ser sincera, foi muito melhor e mais fácil do que eu esperava. Quase nenhum local é proibido para crianças e todos os restaurantes das vinícolas tem menu infantil e servem sucos, além disso, outras tantas propriedades tem parquinhos divertidíssimos para os pequenos.
Vinícolas próximas à Cidade do Cabo
Visitamos a região de vinhos próxima a Capetown, da qual fazem parte três cidades: Stellenbosch (30 km de Capetown); Franschhoek (75 km) e Paarl (54 km). Ficamos num hotel na região e exploramos algumas vinícolas das duas primeiras cidades.
O hotel Spier
A primeira facilidade que encontrei foi a escolha do hotel. Encontrei hospedagem dentro da vinícola, como queria, em uma propriedade bonita, histórica e com bons restaurantes. A vinícola Spier tem tudo isso e muito mais. O hotel tem as facilidades dos resorts brasileiros – piscina, restaurantes, clubinho para crianças e SPA, mas sem perder o charme. As casinhas são espaçosas (quarto, saleta, banheiro e varanda). No inverno, usamos a lareira, mas no verão cada 4 casinhas compartilham uma piscina e jardim, portanto, praticamente privativos.
A propriedade dentro da vinícola tem lindas paisagens — montanha, lagos e jardins impecáveis que podem ser percorridos a pé ou numa das bicicletas que eles emprestam. Preferimos a segunda opção e fizemos as duas trilhas, de 5 e 10 km.
Restaurantes do Spier
Também fomos aos três restaurantes do hotel. O primeiro, onde é servido o café da manhã já incluído na diária, é um restaurante tradicional de hotel. O segundo, chamado “Eight”, tem uma proposta muito interessante. Tudo é orgânico e produzido no local – das verduras e legumes aos queijos, ovos, frangos e carne. O cardápio é maravilhoso e eles servem café da manhã e almoço. Se o dia estiver bom, dá pra sentar no jardim. Logo em frente, há uma área enorme para as crianças brincarem, com parquinho, balanço e umas rochas para escalar.
Logo ao lado, está a loja da vinícola e o local onde se faz a degustação dos vinhos. Enquanto eu degustava, meu filho e meu marido ficaram no jardim.
O terceiro restaurante do hotel, Hoghouse BBQ & Bakery, funciona só para o jantar nos dias de semana e para almoço e jantar nos fins de semana e tem uma padaria e lojinha também. Nós fomos jantar aquele tipo de carne de churrasco defumada, hambúrgueres e outras delícias. O melhor é que eles também são uma cervejaria e meu marido (o que não bebe vinho, lembra?) adorou as variedades dos rótulos.
Outra opção que eu recomendo é a área de piquenique no Spier. Você pode comprar seus vinhos e comidas na lojinha ou qualquer dos restaurantes e sentar ao sol pra curtir a paisagem.
Também não dá pra perder a mansão histórica do século XVII, onde hoje funciona uma galeria de arte. Aliás, toda a propriedade é recheada de obras contemporâneas de arte, como instalações, esculturas e fotografias. Como eu disse: vinhos, gastronomia, paisagens, história e cultura. Tem de tudo.
Aves de rapina
Ah, eu disse também aventura. E não foi só no Safári que vivemos uma aventura. Dentro da fazenda do Spier funciona um santuário de aves de rapina resgatadas – águias, falcões e todos os tipos de coruja. Trata-se de uma organização sem fins lucrativos que cuida desses animais e os retorna para seu habitat natural. Enquanto eles estão lá se recuperando é possível visitar e esse passeio é o campeão entre as crianças. Isso porque algumas aves tem residência permanente no local porque já foram domesticadas ou treinadas.
Então, quem tem aquele sonho de Harry Potter de andar com uma coruja no ombro pode realizá-lo nesse local. Tem uma pequena apresentação com duas ou três aves, na qual explicam sobre os hábitos desses animais e qual a proposta do local. Nessa apresentação, eles voam pra pegar comida na sua mão ou na sua cabeça, a conferir! Foi muito divertido e certamente um dos destaques de toda viagem.
As Vinícolas da região
Com tantas atrações no hotel, você deve estar pensando que nós nem saíamos, mas está enganado. Tudo é muito próximo e ligado por ótimas estradas. Em cada um dos três dias, visitamos outras vinícolas, onde almoçávamos e eu fazia degustação e comprava vinhos.
A 4 minutos de carro ou cerca de 20 minutos de bicicleta da Spier está a Neethlingshof , cuja grande atração é a mansão histórica de 1692, onde funciona o restaurante. Mas foi lá que eu bebi o melhor pinotage (variedade de tinto que só tem na África do Sul) de toda viagem. O local é lindo, de frente pra montanha, a comida é deliciosa e ainda tem um parque ótimo para as crianças.
Um pouco mais distante, já no caminho para Franschhoek, visitamos a Tokara . O restaurante tem comida excelente e ambiente muito agradável com uma varanda de frente para as vinhas. A sede tem uma exposição permanente de artistas sul-africanos contemporâneos e além de vinhos, também é possível degustar os azeites produzidos na propriedade. Aqui não tem parquinho, mas o passeio é bonito e eles fizeram um prato especial para nosso filho.
A estrada para Franschhoek é outro atrativo. Vale esticar até essa pequena cidade cujo nome significa algo como “canto francês”. Ela foi colonizada no século XVII por protestantes franceses fugidos da perseguição católica. Foram eles que trouxeram o método francês de fazer vinhos e parece mesmo que você está numa cidade da Provence ou da C’ôte d’Azur. Se você almoçar na Tokara, sugiro esticar para o café e sobremesa no adorável Melissa’s Food, Home & Gift Shop e se perder nas ruelas de Franschhoek, onde há lojinhas charmosas e galerias de arte.
Outra opção nessa região é a vinícola Allée Bleue (alleebleue.co.za/picnics/) que também tem área para piquenique e oferece três opções de cestas, sendo uma para as crianças. A propriedade também é histórica, do século XVII, tem lojinha com produção local (não só vinhos, mas azeites, ervas e frutas) e hotel.
Mais dicas
Minhas últimas dicas caso você procure este destino: cheque os sites das vinícolas antes de ir para ver os horários de funcionamento, porque eles variam dependendo do dia da semana e da temporada. Se quiser beber, não dirija, prefira usar Uber ou tenha sempre o motorista da vez, ou faça como a gente e use a bicicleta. As estradas são rigidamente policiadas.
Se quiser trazer vinhos, uma dica que uma brasileira de férias me deu e valeu super a pena foi comprar por algo em torno de 50 reais, nas lojas de vinho, uma mala/isopor que comporta 6 garrafas de vinho e pode ser despachada. Chegou tudo inteiro!
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Eu também não bebo, mas adoro ir em vinícolas, cervejarias, cachaçarias.. porque acho os processos muito legais! A visita é sempre interessante. Aí dou uma experimentada só pra não decepcionar os guias, hahaha.
Vinícola é um passeio que eu amo!