16 anos no Carnaval de Salvador
Isso mesmo… Eu passei 16 carnavais em Salvador. Os primeiros anos totalmente na pipoca… Nas últimas vezes, em Camarote (nunca nos badalados). Só uma vez saí no bloco acompanhando minha amada Ivete Sangalo (e detestei bloco). Vou contar para vocês como o carnaval de Salvador tem mudado nesse tempo todo…
O primeiro carnaval em Salvador a gente nunca esquece
O primeiro carnaval que passei em Salvador foi em 1994, eu tinha acabado de começar a namorar com o Bruno (meu marido). Fomos em turma pequena, umas 8 pessoas, não tínhamos experiência, ficamos longe de tudo, saíamos como loucos querendo curtir todas e não seguíamos programação nenhuma. Já naquele primeiro ano, me apaixonei pelo carnaval da Avenida, o circuito do centro da cidade, do Campo Grande, também conhecido como Osmar.
Escutar a multidão cantando em uníssono as músicas é de arrepiar até os espíritos mais resistentes. Essa multidão me arrebatou naquele ano para sempre.
Já em 1994, reservamos um lugarzinho na pipoca logo nos primeiros acordes dos trios, na Praça do Campo Grande. Esse espaço foi nosso ponto de encontro de uns 10 carnavais com toda a galera que ia de Brasília para Salvador com a gente. Era o tempo da Márcia Freire no Cheiro de Amor, foi o carnaval em que me apaixonei pelo Olodum…
Os carnavais da década de 90
Daí, a cada ano, vinham mais amigos curtir com a gente o carnaval, todo mundo na pipoca, uma farra boa que deixa saudades e risadas até hoje.
Me desculpem se não temos fotos, naquela época não era comum levar máquinas fotográficas para a avenida e celular só servia mesmo para falar.
Até meus super animados sogros também eram bons companheiros e não se importavam de ficar umas 10 horas curtindo os trios em pé na pipoca. Naquela época já havia muitos blocos, mas não eram tão cheios e quase não havia camarotes. Ou seja, o carnaval na rua era bem mais tranquilo. O problema era a infraestrutura: também quase não havia banheiros…
Era a época de ouro do Netinho, do Cheiro de Amor, e a Ivete foi chegando com o Eva… sutilmente…
Primeira década dos anos 2000 no Carnaval
Nos anos 2000, eu comecei a rarear minhas idas a Salvador no carnaval, pois tive dois filhos, em 2004 e 2007 e fiquei algum tempo sem pular carnaval. Mas o que acho mais importante falar dessa época é que tinha bloco demais!!! Muita gente MESMO saindo atrás de muitos trios. E os camarotes começaram a crescer. Cresceram tanto que começaram a ocupar mais espaço das calçadas. E aí o espaço da pipoca foi se reduzindo. Lá no Campo Grande mesmo, o camarote ocupava a calçada até a pista, ou seja, a pipoca não tinha mais espaço, estávamos cada vez mais apertados. Então tivemos que nos render aos camarotes.
Eu gostava muito de um camarote, o Camarote da Central, que ficava no Campo Grande, bem quando os trios saíam, bem em frente à nossa saudosa pipoca. Ele ocupava um espaço grande em que a gente conseguia seguir o trio do camarote, até fazer a primeira curva.
Olha aí uma compilação num vídeo dos meus carnavais em camarote. Em breve, o vídeo completo
As comodidades que os camarotes oferecem logo nos encantaram. Banheiros limpos, bebida e comida à vontade, sombra e um espaço para descansar quando o batuque era muito grande. E ficar MUITO perto de nossos ídolos.
Como o circuito do Campo Grande era meu preferido, eu gostava de ficar num camarote por lá e pular na pipoca na Barra à noite.
Seguindo a Ivete no Bloco
A primeira e única vez que fui em bloco nesses 16 anos de carnaval foi em 2010, seguindo a Ivete. Eu amo Ivete Sangalo, adoro as músicas, mas detestei sair no bloco. A gente não conseguia ficar perto dela nem conseguíamos chegar ao carro de apoio para ir ao banheiro, era uma multidão muito compacta e lá fora tinha menos gente. Essa dificuldade me irritou, porque tinha pago R$ 700 e não tinha nem banheiro!!! Daí, uma hora me cansei, saí do bloco para respirar um pouco e tive meu celular roubado (a única vez que me roubaram nesses 16 anos foi quando eu estava com abadá). Ou seja: bloco em Salvador, nunca mais!
O Carnaval de Salvador 2017
Agora em 2017 eu já tinha me conformado em não ir ao carnaval de Salvador. Mas minha irmã e meu cunhado já tinham comprado passagem para ir pro pré-carnaval, que na verdade já é carnaval, começando quinta-feira. Daí, deu a louca, comprei passagem e reservei hotel. Pela primeira vez o Bruno não foi comigo. Ficamos no Porto da Barra, bem pertinho da saída dos trios no circuito da Barra, e ainda dava para pegar uma praia boa de manhã.
Agora em 2017, notei uma grande diferença no carnaval de Salvador, a última vez que eu tinha ido tinha sido em 2013. A primeira e mais deliciosa são os blocos sem corda, uma novidade inexistente há um tempo atrás. Ou seja, segui FELIZ DA VIDA, minha amada Ivete sem corda pelo circuito Barra-Ondina. Não tive nenhum problema, o povo seguia feliz, cantando muito sem confusão.
Em seguida, ainda pudemos pegar a pipoca do ícone Luís Caldas e fomos seguindo a “Nega do Cabelo Duro” até o final da Ondina. O duro é voltar todo o percurso a pé, mas tudo bem, ossos do ofício!
No dia seguinte, seguimos Saulo sem corda, na pipoca, outra delícia. Em seguida, veio Bell. Aquilo que você já deve ter ouvido falar da pipoca do Chiclete é verdade: Bell saiu do Chiclete, mas a pipoca não saiu dele. A sorte foi que ficamos atrás dos vendedores de cerveja e seus isopores imensos e maravilhosos, que fizeram uma barreira e nos permitiram ver e curtir Bell no chão, sem sermos incomodados pela sua pipoca.
Outra novidade é que há bem menos blocos. Nada comparado ao início dos anos 2000 que tinha muito bloco com corda o dia inteiro. Agora não. São poucos os que conseguiram se manter depois da crise. Os tradicionalíssimos Cheiro de Amor e Chiclete com Banana não saíram.
A emoção do carnaval continua a mesma. O mesmo encanto dos primeiros carnavais. Só te dou uma dica: se você não gosta de multidão, não vá mesmo para o carnaval de Salvador. Caso contrário, se joga!!!
Eu acho que o Carnaval de Salvador está passando por um momento em que tem que se reinventar. Eu aproveitei e me deliciei com esse momento.
Pulei o carnaval em Salvador somente na quinta e sexta-feira. Sábado de manhã voltei pra curtir os 4 dias de carnaval em Brasília. Ano que vem, quero repetir a dose. Se os blocos forem sair sem corda novamente, você só vai gastar com transporte, hotel e cerveja, que custava inacreditáveis R$ 2 na avenida.
Será que não vale à pena você arriscar ano que vem?
Veja também
- Carnaval em Brasília – bloco Babydoll de Nylon
- Carnaval em Brasília – Suvaco da Asa
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Oi Adriana… você começou a pular no carnaval de Salvador quase quando estava me aposentando dele. 🙂 Como boa soteropolitana comecei novinha a sair em blocos e pular na pipoca. Gostava de ambos, mas eram outros tempos. Imagine que só existia o circuito do centro. Sou da época da mortalha. Sabe o que é?!
No primeiro ano do circuito da Barra eu estava lá, com Bell. Enfim… vi a folia ir mudando de cara, de cantores, de estrutura. Hoje não gosto mais. Passo longe. Mas acho que todo mundo deveria experimentar pelo menos uma vez na vida o carnaval de Salvador! 🙂 bjus
Analuiza, eu também perdi o encanto. Eu adoro o Campo Grande e agora não tem quase nada mais naquele circuito. Agora é o sertanejo e o funk que dominam, uma pena…