Visita a Itaipu – a dor de relembrar as Sete Quedas
Se você está em viagem a Foz do Iguaçu, um passeio imperdível (além das Cataratas, obviamente) é uma visita a Usina Hidrelétrica de Itaipu.
Como chegar a Itaipu?
A Usina Hidrelétrica de Itaipu fica a apenas 12 km do centro de Foz do Iguaçu. Fomos de carro, mas existem várias excursões que fazem o passeio e podem ser contratadas nos hotéis. Se você preferir ir de ônibus, deve usar as linhas de ônibus “Conjunto C Norte” ou “Conjunto C Sul”, do Consórcio Sorriso, que partem do terminal central de Foz do Iguaçu, por R$ 2,40. A viagem dura aproximadamente 30 minutos.
O que fazer em Itaipu
Itaipu é um grande atrativo do turismo de Foz do Iguaçu. Chegando ao centro de recepção, você tem um leque muito grande de opções de passeios, para todos os gostos e bolsos. Tem passeio que leva as pessoas ao interior das usinas, conhecendo a sala de comando, chegando perto de onde a energia é gerada. Esse passeio deve ser emocionante, mas não permite menores de 14 anos, então estava fora de nossas opções. Aqui você pode ver todos os passeios de Itaipu.
Optamos então pela Visita Panorâmica em Itaipu, que acontece todos os dias, das 8h às 16h30, com saídas a cada 30 minutos. Começamos assistindo a um vídeo sobre Itaipu e entramos nos ônibus de dois andares (as crianças já correram para ficar em cima, e na parte da frente). O ônibus tinha um guia explicando tudo bem direitinho.
O ônibus percorre todo o complexo de Itaipu, chegando inclusive ao vertedouro (sabe aquele mundão de água descendo por uma ladeira? É isso). Infelizmente, no dia em que a gente foi, o vertedouro estava fechado, ou seja, ficamos um pouco decepcionados. O passeio tem pontos de paradas definidos, e você pode ficar lá mais tempo e esperar o próximo ônibus.
No vídeo abaixo, eu falo um pouco das Cataratas dos dois lados e o passeio a Itaipu.
Almoço no Porto Kattamaran
Uma das paradas do ônibus de Itaipu é no Porto Kattamaran, às margens do Lago de Itaipu. De lá saem os passeios de barco para visitar o imenso lago de Itaipu. Recomendo que vá no fim da tarde, pegando o por-do-sol. A Daniela, do blog D&D Mundo Afora fez esse passeio no Lago de Itaipu e conta aqui como foi.
No Porto Kattamaran tem um restaurante com o mesmo nome, com a belíssima vista para o Lago Itaipu. Achamos que seria um lugar maravilhoso para almoçar. O problema é que o serviço era péssimo, as funcionárias eram prestativas mas totalmente perdidas, éramos 8 adultos e 8 crianças e a comida demorou mais de uma hora para sair (e muitas vieram erradas). Uma pena, num lugar tão bom, um serviço amador.
E as Sete Quedas?
Durante todo o passeio, uma pergunta não queria calar: e as Sete Quedas? Se você tem menos de 30 anos, talvez nem saiba que um crime contra a natureza se esconde embaixo do Lago de Itaipu. Nós tínhamos as Sete Quedas, a maior cachoeira do mundo em volume d’água, uma coisa maravilhosa, tipo Cataratas do Iguaçu. Você imagina alguém hoje em dia querendo inundar as Cataratas? Pois foi isso o que aconteceu com as Sete Quedas, em 1982.
Eu só tinha 9 anos quando as Sete Quedas foram inundadas, mas lembro da comoção causada pelo anúncio. Vários protestos dos poucos ambientalistas que havia naquela época. A visita às Sete Quedas virou passeio obrigatório, para que os turistas aproveitassem ao máximo os dias agonizantes daquela maravilha da natureza. Um horror.
No ano em que se daria a inundação, 32 turistas morreram quando uma das passarelas se rompeu. Era o prenúncio da tragédia. A investigação apontou as causas: falta de cuidado e elevação descontrolada do número de visitantes. A cidade de Guaíra, onde ficavam as Sete Quedas, tinha número de visitantes iguais aos de Foz. Agora, ninguém tem mais o que visitar.
Nesse vídeo, você vai ver uma matéria com as duas tragédias: a humana e a mundial
Eu acho que eu não quis fazer o passeio de barco por estar muito triste em vivenciar in loco o cenário dessa tragédia com a humanidade, que foi simplesmente matar uma das maiores maravilhas da natureza em prol de um suposto desenvolvimento para os países envolvidos: Paraguai e Brasil. Eu fiquei comovida em 1982, uma criança apenas, e isso ficou marcado na minha cabeça. No ônibus, eu sentia que Sete Quedas era um assunto a ser evitado pelos guias. Tudo bem, não quis polemizar e fiquei quieta.
Aliás, se você não sabe, a Itaipu é binacional e quando você entra pela porta da usina, faz uma visita também o Paraguai, sabia?
Sábio é o Drummond, que conseguiu traduzir em palavras toda a tristeza dessa história.
“Sete Quedas por nós passaram,
E não soubemos, ah, não soubemos amá-las…
E todas sete foram mortas,
E todas sete somem no ar…
Sete fantasmas, sete crimes,
Dos vivos golpeando a vida,
Que nunca mais renascerá…”
(Carlos Drummond de Andrade)
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Adriana, eu não tinha nascido ainda nessa época das Sete Quedas, mas lembro muito dos meus avós que visitaram a região e acompanharam a construção de Itaipu comentando sobre como elas eram lindas e que tudo aquilo era um absurdo! Que pena!