O colorido México
Como eu fiquei muuuuuuito tempo sem viajar (desde março), fui pegar carona nas dicas de uma grande amiga viajante, a Mônica Montenegro, que foi pro México (pra onde eu quero ir em janeiro/2014) e me deu uns toques fantásticos, que eu não poderia guardar só pra mim. Com a devida permissão da autora, aqui estou publicando um post com as dicas sobre aquele país tão colorido e singular.
Valeu, amiga, por um post tão cheio de detalhes e emoção!
– Quem gosta de pirâmides, vai ficar encantado com o passeio para Teotihuacan. É um passeio de um dia saindo da Cidade do México. Preparem os pulmões para subir a escadaria da pirâmide da Lua. De ficar com a língua pra fora, especialmente porque a altitude ajuda a cansar mais. Mas a vista é maravilhosa, imperdível!!!
– O Zócalo é uma praça imensa no centro histórico. É um grande ponto de referência (nas duas vezes que fui vi exposições maravilhosas lá, ao ar livre) e ao redor dele tem várias atrações imperdíveis. O Templo Mayor é uma delas. São ruínas astecas, em cima das quais foi construída a Catedral, que também merece muito uma visita. Preste atenção nos desníveis na construção. A cidade inteira está afundando porque foi construída em cima de um aterro, dentro da Catedral tem um pêndulo enorme que demonstra bem como a construção já se mexeu. Que medo!!! Ah, o Templo Mayor também tem um museu imperdível, você vai ver as peças mais lindas do mundo, como um homem-pássaro em tamanho real que é muito absurdo.
Tem ainda um monte de museus pela região, se tiver tempo vale a pena bater perna para dar uma olhadinha neles.
– Em outro lado do Zócalo está o Palácio Nacional. A visita vale pelos murais que contam boa pare da história do México. Aliás, eles têm uma tradição maravilhosa de murais, o Diego Rivera assina alguns que estão lá. Do Zócalo dá para ir andando até o Palácio de Belas Artes, que tem uma cúpula linda, linda. O acervo é bem legal e o restaurante tem um ceviches ótimos!
Neste caminho, tem um edifício imenso, chamado Torre Latinoamericana. Por muito tempo foi o maior prédio da cidade. Lá em cima tem um mirante bem bacana. Se a poluição permitir, você vai tirar boas fotos. Lá embaixo, bem pertinho, tem uma igreja bonita e bem ao lado um parque com esculturas gigantes e coloridas.
– Tem um restaurante bem tradicional, lindo e gostoso na Rua Tacuba, chamado Café de Tacuba. Também fica perto do Zócalo.
– O Museu de Arte Moderna também fica lá. Ele não é muito grande e tem um acervo muito legal. A duas Fridas estão lá. Morri de chorar quando vi. Vocês podem ir de metrô pra lá. Aliás, o metrô é maravilhoso, a rede é imensa e é absurdo de barato. Só fujam das horas do rush, porque o que mais tem lá é gente, muuuuita gente.
– Para ir para o Museu Soumaya tem que pegar um microonibus (que eles chamam de peseros). Por causa do trânsito caótico pode ser demorado. Mas vale. A arquitetura do museu é um caso à parte, do tipo ame ou odeie. Eu adorei. E o acervo de lá é impressionante, cinco andares repletos de obras que você não acredita: Rodin, Dalí, Degas, Manet, van Gogh, só uma galerinha fraca…
– Um programa que eu AMEI foi ver a luta livre. É mega divertido!!!! Pra deixar bem claro, eu detesto MMA e outros tipos de luta. Mas a luta livre é muito engraçada, é tudo mentira mas eles fingem ser verdade, fazem drama, sofrem por causa disso. Pura novela mexicana! Fui à Arena México, na parte de fora eles vendem máscaras, bonequinhos, miniaturas dos ringues. As famílias vão em peso, as crianças adoram. É bem legal.
– Ah, uma dica bem importante: use o Google Maps, não peça informações na rua. Os mexicanos são gentis ao extremo. De verdade. Mas a gentileza faz com eles fiquem sem graça de dizer que não sabem onde fica o endereço que vc pergunta. Aí dizem uma direção qualquer.
– Não se espante se ver hordas pelas ruas. Pensei que fosse uma manifestação, algo assim. Mas nada. É só muita gente mesmo, especialmente durante os finais de semana na área central. Acho que o México é a Índia do ocidente.
– Leve pouca coisa na bagagem, porque ela vai voltar lotada com o artesanato maravilhoso de lá.
– Não deixe de ir à Basílica de Guadalupe. O tour que vai para as pirâmides passa por lá na volta. É bem bacana, ela é uma construção mais moderna, e atrás dela fica a antiga igreja que está superafundada. Você vai ver como os mexicanos idolatram N. Sra. de Guadalupe, chamada por eles de Lupita. Fofo!!!
– Não dá pra não ir no Museu Frida Kahlo. É a casa onde ela nasceu e morou muitos anos. É emocionante mesmo ver o gesso que ela usou todo pintado com borboletas em cima daquela cama com espelho. Esse museu fica em Coyoacán, um bairro bem bonito. De lá dá para ir a San Ángel, outro bairro mais chique onde fica a outra casa da Frida e do Diego Rivera (Museu Estúdio Diego Rivera). O acervo lá não é grandes coisas, vale mais pela história deles. Tem também uma coleção bem interessante de arte pré-colombiana do Rivera. Mas você vai ver um montão disso nos museus. E às vezes tem exposições temporárias bacanas. Nos arredores do estúdio tem um monte de restaurantes gostosos, vale comer lá depois da visita.
– O Parque de Chapultepec é imenso e tem zilhares de opções. Reserve um dia inteirinho só pro Museu de Antropologia. A sorte é que tem um restaurante legal com umas árvores cheias de esquilos fofos. Na frente do Museu tem um mastro bem alto onde os voladores fazem apresentações. É muito bacana de ver, eles ficam presos pelos pés, rodando em cordas ao som de músicas tradicionais. Assim que chegar ao museu pergunte sobre eles. Da segunda vez que fui não consegui ver, porque não calhou com os horários deles. Mas eles estão sempre lá.
– Xochimilco. É um programinha meio trash, mas rende fotos bonitas e ajuda a entender como era a Cidade do México antes de ser aterrada. São canais onde você faz passeios em uns barcos bem coloridos. Aí vem outro barco vendendo bebidas, comidas, outro com música. É engraçado. Dá um trabalhinho ir para lá por conta própria, você pega o metrô e depois o trem de superfície. Se tiverem interesse, o trem passa em frente ao Estádio Asteca, dá para saltar lá (não fizemos isso, mas pra quem curte muito futebol pode ser legal). E nesse mesmo trajeto dá para conhecer um lugar mega bacana, que é o Museu Dolores Olmedo. Essa mulher foi uma super mecenas que incentivou vários artistas, entre eles a dupla dinâmica mexicana (Frida e Diego). O barato desse museu é que além de um acervo incrível, ele tem uns jardins lindos, cheios de pavões e uns cachorros mexicanos sem pelos que de tão feios se tornam simpáticos.
– Tem uma cidade linda, linda, linda que fica muito pertinho do DF, chamada Puebla. Separem um dia para ir lá. No caminho tem um vulcão lindo. Dá para ir de ônibus comum para Puebla. Chegando lá, vale a pena pegar um city tour que passeia pelos principais pontos da cidade e vai também a Cholula, outra cidadezinha fofa, onde fica a igreja mais maluca que já vi na vida.
– Fui pra Chihuahua, onde peguei o trem Chihuahua- Pacífico (Chepe). Esse percurso é lindo demais! E o trem é uma delícia. Tem um cânion impressionante no meio do caminho, diz a lenda que maior do que o Grand Canyon, o nome é Barrancas del Cobre. Você faz esse percurso direto ou parando em alguns vilarejos. Passamos uma noite em Divisadero, outra em Creel e a última em Los Mochis. Aí você faz trilhas nessas paradas, o visual é de tirar o fôlego.
– As cidades históricas são lindas também. Amei San Miguel de Allende (a cara de Tiradentes!) e Guanajuato (a cara de Ouro Preto!). De lá fomos para uma praia no Pacífico chamada Baja de Navidad. Um achado, superpequenininha, sem muita badalação, e um mar lindo.
– Guadalajara também é bacana, rodeada de lugarzinhos deliciosos, especialmente Chapala, onde tem um lago lindo, e Tlaquepaque, uma cidadezinha cheia de artistas e artesãos. Foi lá que entupi minha mala.
– Pegar o Dia dos Mortos lá é uma experiência única. A festa que eles fazem é linda, super colorida e alegre, todos os lugares ficam cheios das mais variadas caveirinhas. Nas casas e lojas eles montam os altares dos mortos com muitas flores, fotos da figura que já se foi e objetos que ela gostava, além de gostosuras típicas da época, como o pão do morto (é um pão doce em forma de osso! como eu não gosto de coisas doces não curti, mas tem zilhões de opções todas com essas formas singulares: ossos, crânios, rs). Então tem de tudo, garrafas de cerveja, maços de cigarro, brinquedos, quadrinhos. E o Zócalo recebe uma espécie de festa dos estados, cada um deles tem uma espécie de stande onde montam uma amostra de como comemoram a data.