Eu venho das dunas brancas do Ceará
Eu venho das dunas brancas
Onde eu queria ficar
Deitando os olhos cansados
Por onde a vida alcançar
Quando eu era pequena, me emocionava ouvindo essa música de Ednardo, que é um retrato puro do Ceará… Afinal de contas, tendo um pai cearense, o Ceará era meu destino de férias do verão em todos os anos.
Já perdi a conta de quantas vezes fui ao Ceará.
Mas o tempo passou, eu perdi o encanto por Fortaleza (acho grande e violenta demais), e as minhas visitas ao Ceará começaram a rarear.
Esse ano de 2012, eu, inexplicavelmente, desisti de ir pra Salvador no carnaval. Preferi passar o feriado prolongado com o Bruno e os meninos numa praia, e a escolhida foi o Ceará.
Minha mãe já tinha dito que o calçadão da Praia de Iracema estava uma festa. Eles estão reformando, tem muita polícia, está bem bonito, e de noitinha começam a alugar patins para o pessoal se divertir. Eu e os meninos demos umas voltas de patins por lá. É uma delícia andar pelo calçadão com os meninos (e além disso, eu corria nele de manhã).
No carnaval tinha um palco bem em frente ao nosso apartamento/camarote. Eu já estava com medo de ouvir “calcinha preta” e outras bombas como essa, mas me surpreendi: só tinha som legal, muito bom mesmo. Olha a nossa visão do palco.
As barracas da Praia do Futuro continuam com uma superestrutura, principalmente para crianças. No parque aquático da Itapariká, os meninos só saíram da piscina porque foram obrigados pelos pais a comer e tomar água de coco. Mas um grande problema da praia do futuro é a distância para o centro de Fortaleza: um táxi até Itapariká, por exemplo, da 25 reais. E todas as vezes que tentamos pegar o ônibus, ele já passava lotado no nosso ponto.
Fomos com nossos queridos amigos de Natal, Alessandra e Simarone, e os filhotes Pepo e Sofia. Foi uma diversão encontrar com eles quase todos os dias.
Prainha e Beach Park
Como eu gosto muito de ficar “pé na areia”, resolvemos ficar alguns dias numa praia pequena. Escolhemos a Prainha, a cerca de 30 km de Fortaleza e uns 15 minutos do Beach Park.
Aliás, levamos os meninos ao Beach Park um dia. Pense nuns meninos malucos. Eles só falam disso agora. AMARAM com todas as forças.
Mas também, apesar do preço altíssimo do ingresso (R$ 130 adulto, R$ 120 criança acima de um metro), o parque tem atração para todos os gostos.
Eu não estava a fim de adrenalina, então escolhi umas atrações que dava para descer de bóia. Mesmo assim, tinha adrenalina, como o Calafrio, em que a gente desce de frente e de costas, numa espécie de pista de skate na água.
Os meninos foram em todos os brinquedos adequados à idade deles. Se divertiram de montão.
A Prainha é uma praia deliciosa, bem simples, de pescador, sem atrativos turísticos como lojinhas etc. Mas a praia é DEZ e ainda tem uma lagoa bem gostosa que era onde os meninos gostavam de ficar. Com direito até a andar de jangada.
Ficamos numa pousada gostosa, pé na areia, de administração caseira, a Casa Prainha. A vista da minha varanda era essa. Chata, não?
Infra-estrutura de Fortaleza
Apesar de eu ter voltado a me encantar com o Ceará nessa viagem, fiquei IMPRESSIONADA com a falta de infra-estrutura básica em Fortaleza. Quando chove forte, as ruas se alagam rapidamente e os esgotos começam a vazar. É um fedor e uma imundície, e a inundação só aumenta os vários buracos na rua.
As calçadas são praticamente inexistentes e os ônibus são velhos demais, só perdem pra frota de Brasília, que é mais velha que eu.
É uma pena, porque um lugar tão lindo merece tratar bem seus habitantes e os turistas. Mas posso salientar o fato de que o turismo sexual, muito evidente quando eu costumava ir para lá quando adolescente, diminuiu bastante, eu não vi nada do tipo. Nem exploração sexual de crianças, que era visível em cada sinal, agora me alegrei de não ter visto nada disso.
Em outras palavras, o Ceará me reconquistou e só o Ednardo para traduzir a beleza daquela terra.
Meu céu é pleno de pazSem chaminés ou fumaça
No peito enganos mil
Na Terra é pleno abril
Eu tenho a mão que aperreia, eu tenho o sol e areia
Eu sou da América, sul da América, South America
Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará
Aldeia, Aldeota, estou batendo na porta prá lhe aperriá
Prá lhe aperriá, prá lhe aperriá
Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará
A Praia do Futuro, o farol velho e o novo são os olhos do mar
São os olhos do mar, são os olhos do mar
O velho que apagado, o novo que espantado, vento a vida espalhou
Luzindo na madrugada, braços, corpos suados, na praia falando amor.
Que legal teu blog, amei as dicas.
Tô seguindo para lá em julho.
Passa no meu blog: elianenogueira.blogspot.com.br
Bjs
Eliane